O perfil do egresso do PPGCB/PPGBURN é fortemente influenciado pela formação dos alunos que ingressam no programa e pelas áreas de formação existentes na própria instituição. Nesse sentido, a maioria dos alunos é biólogo formados pela própria Unimontes, com curto intervalo desde a graduação. Apesar disso, o curso tem/teve vários alunos com outras formações, como geógrafos, farmacêuticos, bioquímicos, agrônomos e engenheiros florestais, muitas vezes com experiência no mercado de trabalho, seja em docência no ensino médio, ONGs, instituições públicas ligadas ao meio ambiente (Instituto Estadual de Florestas, ICMBio) e empresas privadas de biotecnologia da região (Novo Nordisk, Valée). Ao terminar o curso de mestrado em Ciências Biológicas/Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais, o destino de boa parte dos egressos é o ingresso em programas de doutorado em outras instituições no próprio estado de Minas Gerais (UFLA, UFV, UFMG), seguindo a carreira acadêmica, posteriormente ingressando na docência e pesquisa em instituições de ensino superior. Frequentemente, os egressos começam a trabalhar, apenas com o título de mestre, na docência em IES privadas ou no ensino à distância de IES públicas. Nesse sentido, o perfil da maioria dos egressos atende os objetivos (I) e (II) do PPGCB/PPGBURN. Entretanto, vários egressos entram ou retornam ao mercado de trabalho. Os egressos que se inserem predominantemente na linha de “Ecologia e Uso Sustentável dos Recursos Naturais” do PPGCB trabalham principalmente em consultoria ambiental, docência em ensino médio e como biólogos de instituições públicas de meio ambiente, como ICMBio; e de instituições público/privadas, como a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG); como pesquisadores/assessores/consultores de ONGs (e.g., Centro de Agricultura Alternativa, Associação dos Produtores Rurais do Ocidente) e de empresas privadas (e.g., Plantar Empreendimentos e Produtos Florestais Ltda). O perfil desses profissionais atende majoritariamente o objetivo (III) do PPGCB/PPGBURN. As outras duas linhas de pesquisa do programa (“Biologia Molecular e Conservação” e “Diversidade Biológica e Bioprospecção”) formaram menos alunos desde 2010 e esses egressos seguiram predominantemente a carreira acadêmica, ingressando no doutorado ou na docência em instituições de ensino superior e ensino médio.
Produção Discente e Qualidade das Publicações
No quadriênio 2021–2024, o Programa titulou 96 mestres, equivalentes a egressos entre 2016 e 2024 (nove anos, incluindo os titulados em 2024, considerados neste cálculo). Esses 96 egressos publicaram, no total, 49 artigos científicos nos estratos Qualis A1–A4, distribuídos da seguinte forma: 13 em 2021, 10 em 2022, 12 em 2023 e 14 em 2024 — o que representa uma média de 0,57 artigo por egresso.
Esses 49 artigos envolveram 32 discentes do programa, refletindo uma importante colaboração entre estudantes de um mesmo laboratório (orientador comum) e de laboratórios distintos (em decorrência de coorientações ou projetos em rede). Com isso, 33,3% dos egressos contribuíram com publicações de alta qualidade, o que representa um leve aumento em relação ao quadriênio anterior (30%, conforme parecer da ficha de recomendação da CAPES).
Embora todos os artigos estejam alinhados às linhas de pesquisa do PPG-BURN, 18 deles estão diretamente relacionados às dissertações de mestrado, representando uma média de 0,19 artigo por egresso. Ao todo, 17 discentes (18%) publicaram artigos Qualis A1–A4 diretamente vinculados às suas dissertações.
É importante destacar a tendência positiva observada ao final do quadriênio: após uma leve queda em 2022–2023, o número de publicações voltou a crescer, atingindo 14 artigos em 2024. Diante disso, a expectativa é de que a produção discente continue crescendo em qualidade e quantidade no próximo quadriênio (2025–2029), especialmente com a consolidação das primeiras turmas de doutorado e a intensificação do acompanhamento das dissertações ainda não publicadas. Para tanto, o programa vem promovendo reuniões regulares, com enfoque proativo (e não punitivo), visando mitigar esse gargalo histórico na publicação discente.
Destino, Atuação e Avaliação dos Egressos
Entre 2015 e 2024, o PPG-BURN titulou 113 mestres. Foram realizadas diversas estratégias de busca para localizar os egressos: consultas às plataformas Lattes e LinkedIn, buscas via Google e contato com ex-orientadores e colegas. Ainda assim, não foi possível obter informações de 16 egressos (14,2%). Para esses casos, considerou-se o mestrado como o maior grau de formação conhecido.
Entre os egressos localizados (97), 11 (9,7%) atuam como profissionais autônomos, fora da área de formação. Trinta e três egressos (29,2%) seguiram a carreira acadêmica, sendo que 15 (13,3%) já concluíram o doutorado e 18 (15,9%) estão atualmente matriculados em programas doutorais. Outros 23 egressos (20,3%) atuam na docência do ensino básico, cinco são bolsistas BDCTI, cinco trabalham com gestão ambiental em empresas privadas, seis são consultores ambientais autônomos e três atuam em órgãos públicos ambientais. Outros seis atuam em áreas parcialmente relacionadas à formação, e cinco atuam completamente fora da área.
De forma geral, entre os egressos com informações disponíveis (97), 38 (39,2%) têm atuação acadêmica, 23 (23,7%) estão no ensino básico e 14 (14,4%) atuam como consultores, analistas ou gestores ambientais. Esses números demonstram boa aderência entre a formação oferecida pelo PPG-BURN e o perfil profissional dos egressos.
Comparando os dois períodos (2015–2019 vs. 2020–2024), nota-se que o número de titulados caiu de 65 para 48. A proporção de egressos sem informações localizáveis também diminuiu (de 18% para 8,6%). A proporção de egressos fora da área de formação aumentou de 10,9% para 18,4%, possivelmente refletindo os impactos da pandemia ou uma frustração com a carreira acadêmica. Apesar disso, a atuação acadêmica entre egressos aumentou ligeiramente (32,8% para 34,6%).
As principais mudanças observadas incluem uma queda na docência do ensino básico (de 23,4% para 16,3%) e um crescimento na consultoria e gestão ambiental (de 1,56% para 10,2%), refletindo a expansão de demandas na região norte de Minas Gerais. Essas alterações estão em consonância com os objetivos do programa, que forma profissionais qualificados para diversos setores, incluindo a consultoria e gestão ambiental pública e privada.
Porcentagem de egressos dos períodos 2015-2019 e 2020-2024 em diferentes tipos de atuação. A categoria “Diversas” foi considerada como atuação parcialmente relacionada à área de formação do PPG-BURN. A categoria “Outras” foi considerada como atuação não-relacionada à área de formação. As demais áreas para as quais foi possível obter informações foram consideradas como completamente relacionadas à área de formação do PPG-BURN.